domingo, 25 de setembro de 2016

O CADERNO


O CADERNO
( por Daniel Hiver )

O que tenho de bom
é o som
dos meus próprios silêncios...

É a essência que eu grito;
um ato sem efeito;
folhas cheias de garranchos
do que eu trago no peito....

Ando falto;
ando farto
da falta de muitas coisas...
Cheio de recordações
e de poeira de estrada...
Invento tramas
que não me levam a nada...

Tudo anotado.
Tudo assentado por escrito.
Tudo assuntado
no caderno bonito.

Hoje sou o que sou
mas o que fui ontem
era mais brilhante...

Tudo mais emocionante!
Tudo muito menos irritante!

E amanhã eu vou ser
o triste arremedo;
uma falsa representação dos medos
que eu nunca tive antes...

Do tempo que eu era
mas não sou mais de diamante!

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