Se do primeiro dia até ontem eu simplesmente fiz o que qualquer um faria.
Eu mesmo não me conheço.
E me comporto como estranho na frente do espelho!
Sem méritos. Sem perspectivas. Cheio de teorias e atos falhos.
Uma dessas pessoas que às vezes se esconde de si mesmo...
Que fica ensaiando o que vai dizer, mas que na hora nunca diz...
O que sou veio da mão aberta que só queria fazer um carinho
mas que ficou só no aceno na hora do adeus.
O que me tornei veio do sorriso certo para a pessoa errada,
num dia desses que não precisava ter acontecido.
Eu poderia ter ido pelos melhores asfaltos
mas terminei empoeirado de só me arrastar por estradas esburacadas.
Se sou hoje o que sou é por que ouvi determinadas músicas;
por que li determinados livros; por que convivi com determinadas pessoas;
por que fui em determinadas direções e não em outras...
E se fossem outros ritmos? Outras melodias?
Se fossem outras rimas? Outros autores?
E se eu preferisse os suaves rumores ao invés dos falsos pudores?
E se as pessoas fossem diferentes? Quem eu seria? Onde de fato eu estaria?
Fiquei desse jeito por que mantive a pose quando era hora de ir atrás dos sonhos...
Por que escolhi o caminho dos plátanos...
e não percebi que haviam ipês e cerejeiras por todo lado...
Então eu não teria nenhum sentimento de desperdício.