quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A EITO PELA VIA DESERTA

ter alguém "engastado" no peito
é o que eu queria...

mas ando "agastado", encruado
e nada me alivia...

sempre sozinho
ando comigo a eito...

num minuto pareço implodido
no outro ando
como se já tivesse acontecido...

no fim da rua 
um beco sem saída
um novo jeito de levar a vida...

de um lado um muro sujo sem brechas
eu cheio de pechas
do alto de mim mesmo
me autoimpondo multa
por falta de sonhos...

só resta um bom filme
eu oblíquo
e os pronomes indefinidos
me definindo...

só resta um bom livro
eu oblíquo
e os pronomes pessoais
me interferindo...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DE VOLTA AO ZERO E SEM LADO B

Hoje vou admitir
que fiz xixi na cama
aos sete...

Que descobri
depois dos vinte os sonhos...

E aos trinta
pensei que era feliz
e não era...

Cheguei aos quarenta
meio raposo;
me aventuro na mata;
quatro quartos sozinho...

Gosto de vinho
mas não me embriago...

Por que não há princesas
nem sapos...

Por que há migalhas por tudo
e pouquíssimos fatos...

E toda essa bosta não se explica
por que os discos sem lado B
são um saco...