segunda-feira, 25 de agosto de 2008

PELO CAMINHO DOS PLÁTANOS

Eu não saberia dizer quem sou hoje.
Se do primeiro dia até ontem eu simplesmente fiz o que qualquer um faria.
Eu mesmo não me conheço.
E me comporto como estranho na frente do espelho!

Sem méritos. Sem perspectivas. Cheio de teorias e atos falhos.
Uma dessas pessoas que às vezes se esconde de si mesmo...
Que fica ensaiando o que vai dizer, mas que na hora nunca diz...

O que sou veio da mão aberta que só queria fazer um carinho
mas que ficou só no aceno na hora do adeus.
O que me tornei veio do sorriso certo para a pessoa errada,
num dia desses que não precisava ter acontecido.

Eu poderia ter ido pelos melhores asfaltos
mas terminei empoeirado de só me arrastar por estradas esburacadas.
Se sou hoje o que sou é por que ouvi determinadas músicas;
por que li determinados livros; por que convivi com determinadas pessoas;
por que fui em determinadas direções e não em outras...

E se fossem outros ritmos? Outras melodias?
Que outras caras teria a sucessão dos dias?
Se fossem outras rimas? Outros autores?
E se eu preferisse os suaves rumores ao invés dos falsos pudores?
E se as pessoas fossem diferentes? Quem eu seria? Onde de fato eu estaria?

Fiquei desse jeito por que mantive a pose quando era hora de ir atrás dos sonhos...
Por que escolhi o caminho dos plátanos...
e não percebi que haviam ipês e cerejeiras por todo lado...

Então eu não teria nenhum sentimento de desperdício.
E teria uma loja de vender sorrisos!

2 comentários:

  1. Acho que estive assim muitas vezes...
    Estou sempre mantendo a pose.

    Beijossssss

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  2. Essa coisa de manter a pose é quase uma auto defesa. Um sentimento de auto preservação que aparece do nada quando nos deparamos com situações em que os sentimentos afloram. Aí montamos a guarda. Literalmente não desejamos cair. Precisamos da "pose". Misturamos o desejo de sobreviver com dignidade com aquela coisa de deixar os outros verem que estamos bem. Mesmo que não estejamos bem. Talvez seja uma vontade louca de se isolar. De não falar com ninguém. Aí pensamos. Racionalizamos. Se deixarmos o semblante descaído sempre terá um ou outro para vir dar seu apôio; sempre alguém para destilar frases prontas dessas que se lêem nos livros de auto ajuda, quando a nossa cara é de gente triste. Então a velha e insatisfatória "pose" nos poupa desse tipo de comentário em momentos da vida em que nos tornamos totalmente introspectivos. Estamos na vida por nossa conta e risco e sem saber onde isso tudo vai dar

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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!