sexta-feira, 13 de março de 2009

AEROPORTOS E NUVENS

Dou com os olhos na curva do arco-íris...
E minhas nuvens escuras tomam conta do céu
às seis da manhã...

As notícias de hoje são as mesmas de ontem
e a FM do rádio enche o ar com o outono de Vivaldi
enquanto tomo café.

O cheiro de chuva é mais forte que o de pão de queijo
e as portas não dão passagem
quando me tranco e a lentidão me domina.

O meu teto ultrapassa as montanhas
onde há canções de ninar diferentes
e os dançarinos não trocam de par a noite inteira...

Tenho aeroportos sem teto para decolagem...
... a cabeça nas nuvens e uma queda devastadora.

Minha tristeza não cabe nem num hangar...
E minha rara alegria se confunde com a tolice dos outros.

A realidade é um delírio cheio de rompante.
E as pessoas precisam aprender
que não se alcança uma estrela
apenas esticando o braço.

As perspectivas certas são todas improváveis,
e ao meu redor montam arquibancadas móveis
para assistir esse meu espetáculo de um homem com medo...

Eu e as minhas sensações frágeis;
meus joelhos gastos de tanto me desculpar
por uma obra-prima inacabada...

Um comentário:

Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!