terça-feira, 1 de setembro de 2009

GOLES DE LAURA HARTWIG E LAURA PAUSINI

Conheço as angústias
e me sinto tão perplexo ao lado delas,
que às vezes sou eu
mas queria era mesmo ser outro...


Por que o entusiasmo em segundos
pode ficar tão pulverizado
que nem o mais hábil montador de quebra-cabeças
pode achar uma saída...

Me resta escrever poesia crua
em agendas do ano passado
em que o ontem ultrapassa o hoje...

E quando me sai a tal poesia
me incomoda muito a falta de contexto...
Por que as frases são de pouca serventia
quando só as paredes escutam...

Então fica tudo tão estranho
como um beijo apaixonado
com os olhos bem abertos.

Tudo tão sem graça
como goles de Laura Hartwig
num copo de cafezinho.

E é assim que as idéias exuberantes
voltam para as planícies da mesmice.
E das três possibilidades
pode acontecer uma ou todas;
- eu sucumbir a chatice;
- eu doer de idiotice, ou eu...
- desaparecer de esquisitice...

E assim, o único jeito de esquecer a angústia
é tentar não pensar tanto em mim mesmo!

Ou rir enquanto me olham...
E depois chorar quando estou sozinho!

( Foto Paula Barros )

30 comentários:

  1. "Conheço as angústias e me sinto tão perplexo ao lado delas, que às vezes sou eu mas queria era mesmo ser outro..."

    Você sempre detona quando escreve!

    Meus PARABÉNS!!!!!!!!!!

    "Ou rir enquanto me olham... E depois chorar quando estou sozinho!"

    Só uma coisa mudaria...eu choro onde meu choro vier...rs...


    beijos em seu coração com o meu amor...

    Biazinha

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  2. Daniel...

    Não te sinta perplexo e não sinta o
    cansaço dentro do peito,cansaço da vida, cansaço e angústia machucando
    a tua alma...
    A noite vai passar,o manhã vem vindo, com raios quentes e não estará só. Estarei esperando o teu abraço!...

    Beijos

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  3. Oi, amigo.
    E há goles de todos os sabores e haverá sempre outras alternativas e goles, para além desses goles... E muito do que disseste, simples assim, é o que é.
    E somos angústia e mansuetude
    e podemos ser paz e guerra em nosso pensamento.
    Porque somos criadores de nosso pensamento, e somos.
    Sou eu e o outro e sou solidão e completude e na multidão, incompletos, depende de nós e daquilo que criarmos para nos.
    E somos sempre e jamais...
    Sei lá, Daniel, hoje eu penso e sou tudo e nada que eu quiser ser.
    Penso que em momentos, seremos nós como 'Lauras' Hartwig e Pausini e em outros momentos, seremos o sorriso de uma criança.

    Daniel, a poesia não apaga os horrores, amigo, sejam quais forem, mas escrever nos ajuda a ir sendo, cada dia mais luz, até o romper dessa luz e seja lá quando isso for, que estejamos por perto e bem perto uns dos outros.

    Beijos, amigo.
    Fica bem.

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  4. Olha só minha imaginação rsrsr nem comecei a ler, só li o título e pensei: se embebedou de Lauras. Daria um bom drinque. Garçon traz um Lauras (assim no plural, mesmo sendo único, mas é forte, é duplo, e vem metade laranja e metade verde, com fumacinha e bastante gelo)

    Deixa eu ia ler você. beijo

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  5. rsssss...Amo teu jeito irreverente de escrever...
    Agendas do ano passado...quem escreve, escrevwe mesmo em agendas de outros anos,escrevem sentimentos guardados.
    Eu doer de idiotice ou desaparecer de esquisitice...rssss...
    Você estará sempre presente com teu presente de letras que mesmo triste, tem um "quê",de entusiasmo e de esperança.

    Beijo Menino Lindo desse lindo caminho que nos enche de encanto ao ler o que escreve. Beijos!

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  6. Sabia que eu vivia tendo angústia, a minha vida toda, até escrevi um texto que a angústia deve ser irmã gêmea da alergia, vem sem sabermos de onde, coça a alma, espirra pensamentos, e não tem quem consiga despoluir a mente...mas comecei a tomar hormônio e fiquei bem, vou parar e estou com receio.

    Ao escrever, encontras um bom caminho para deixar escorrer angústias, e outros vão dando goles nas tuas angústias transformadas, poéticas, doídas, e que ficam bonitas, ficam belas quando transformadas em poemas, e que se encontram com outras angústiam, e se sociabilizam, e se dão as mãos, e vão caminhando juntas e de repente, assim numa madrugada, as angústias esquecem de nos perturbar o sono e quando menos esperamos saem palavras tontas de amor, de esperança, de alegria....

    (agora faço feito um colega de blog, acho que me perdi. rsrsr)

    Fica com Deus. beijo, boa noite.

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  7. nem me fale em angústias... hoje me sinto assim.
    pensar menos em nós mesmos, como disse, talvez seja o remédio mais eficaz. mas é tão difícil...
    bjo.

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  8. Bom uando encontramois mesmo as palavrtas, elas não se perdem e ganham o sentido exato que queremos dar ao poema, aqui vejo muito disso em sua forma e jeito de escrever...
    "Então fica tudo tão estranho como um beijo apaixonado com os olhos bem abertos. Tudo tão sem graça como goles de Laura Hartwig num copo de cafezinho"
    Um beijo apaixonado com os olhos abertos, seria mesmo estranho...ou não...como diria Caetano...de uma forma ou de outra, aqui a escrita flui fácim...rs
    Um abraço na alma e eainda espero por aquele poema...rsrs
    Mas sem pressa, tudo tem a sua hora...valeu amigo pelas palavras lá no verseiro, a vida é uma eterna indagação...

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  9. e mais esquisito ainda é sentir que as paredes nos escutam... melhor, nos entendem. Não confirmam nem desmentem toda a nossa idiotice, mas ficam ali, imóveis, nos escutando os argumentos e contra-argumentos e acabamos sempre com a razão... e elas... as paredes, continuam lá, para nos ouvir da próxima vez de novo...

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  10. Oi Daniel...Desculpa a ausência!

    Acho que devido as minhas angústias, tenho andado um pouco mais recolhida em meu mundo.Creio que me conhecendo mais e melhor!

    Suas palavras aqui me soaram tão sentidas...que doeram em mim ao serem lidas! Acho que ando sensível demais...

    Gosto muito das canções da Laura Pausini... e confesso que para mim perder-se em goles dela quando se está assim... é encontrar a paz!

    Deixo um abraço carinhoso e solidário para você!

    OBS:Sempre gosto muito do que leio aqui!

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  11. Ainda bem que temos a "nossa palavra".
    Ela nos alimenta e fortalece!
    Obrigada... Estarei sempre que possível aqui!
    Um beijo carinhoso

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  12. Obrigada pela visita e pelo belo comentário!

    Parabéns pelo espaço! Gostei bastante dos textos que tive a oportunidade de ler.

    Abraços,
    Lou

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  13. ..."Por que as frases são de pouca serventia quando só as paredes escutam..."

    gosto das paredes.
    são cúmplices amigas.

    nos ouvem silenciosas
    enquanto deixamos-nos
    desafogar a alma
    sempre em desalinho!

    que encanto de canto
    é esta tua casa!

    bjbj

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  14. Amei " eu sucumbir a chatice;
    eu doer de idiotice, ou eu...
    desaparecer de esquisitice..."
    Esse texto é mnha cara, srsr
    bju**

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  15. Daniel, cada vez que volto aqui releio. A beleza da escrita com a dor da angústia.

    Você não imagina como me senti bem em me ver no seu blog através da minha foto, junto com seus pensamentos e sentimentos, com a beleza profunda das suas palavras.

    obrigada.

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  16. Poxa gaúcho, fiquei com peninha de vc nessa chuva. Que chuvinha, não? Só gosto de chuva em determinados momentos, em outros me deixa triste.

    Caramba, como tô atrasada nos seus posts, essa história de ficar com braço lesionado, como jogador, me tirou fora do campo, e gosto tanto daqui, mas vou me atualizar aos poucos. Não há nada que não tenha conserto na vida. Agora vim aqui agraddecer teu carinho e dizer que logo retorno, viu?

    Depois me explica o que é:tecnologia wireless, em matéria de informática, sou zero, mas vou sempre aprendendo.

    Beijos chuvosos

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  17. Oi Daniel,

    Parabéns pela sensibilidade das suas poesias! Vim para agradecer pelo comentário e pela visita ao meu blog e foi uma grata surpresa chegar ao seu. Adorei e voltarei sempre. Espero também por você lá!
    Abraços,

    Angela

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  18. Olá!

    Tens uma bela escrita! Blog perfeito e voltarei!

    Um abraço!

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  19. Daniel!
    Ah, fiquei muito feliz com sua visita lá no ensaios. Sou gaúcha também e adoro POA. Sim, meu texto é bastante nostálgico, pois sinto intensa saudades de meu país. Esta saudade constante não impede, porém, que eu goste do lugar em que vivo. Aqui sou feliz e Copenhague é uma linda cidade. Mas sou duas. Sou a aventureira, e sou a brasileira sempre apaixonada. De certa forma é um privilégio, mas nem sempre esta dualidade é fácil. Daniel, você que viveu fora do RS deve entender o que aqui tento parafrasear.

    Abraço, com carinho

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  20. Perdoe! De tanto falar de mim, esqueci de falar de seu blog.

    Pelo caminho dos plátanos... só o título já é lindo. Adorei os seu espaço. Que belíssimos escritos, amigo. Parabéns!

    Beijo
    Abrace POA por mim...

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  21. Adorei a foto (claro!!!rs) e o poema sem rima. Ficou lindo!

    Tem show da Laura Pausini no Rio. Ouço no rádio, vejo anúncio no outdoor, lembro de você...rs

    Beijo!

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  22. Nossa, como é linda ! Sei lá, profunda, sonora ! Ameii !

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  23. Daniel,

    não importa o que fazemos, importa é o que somos, ou o que buscamos ser.

    Gosto da maneira como vc introduz, detalhes, obejtos do cotidiano, nos seus versos. Me remetem a um resultado muito real, quase palpável.

    Beijos

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  24. Beijo Poeta Lindo dos Caminhos dos Plátanos.

    ótimo fim de semana e feriado.

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  25. Obrigada por comentar em meu blog!
    Gostei muito de suas poesias! Continuarei por aqui.

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  26. Passei para respirar o ar daqui...
    Ler... absorver...refletir...
    Saudades!

    Um abraço carinhoso

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  27. Chorar é bom demais lava a alma e deixa os olhos brilhando depois.
    Chorar em silêncio dá menos vexame, mas...
    Nos priva de receber abraços e afagos de quem se importa conosco.
    Gostei da poesia!

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  28. Daniel, vc já deve ter ouvido falar, mas alguns poetas dizem que quando as palavras parecem sair e não ter sentido, basta guardá-las que uma hora ela se encaixarão, como o tal quebra-cabeça.

    Bom fim de semana

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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!