Gatinho sem mãe no meio da rua
não sabe o risco que corre...
No meio da via assustado
ou volta, ou morre...
Não era para estar na rua assim.
Devia era estar cravando as unhas de agulha
num novelo de lã pingouin...
Mas perdido-jogado-fora
agora é só ele, os motoristas apressados
e os pneus radiais...
Tudo encurta
ou fica por um triz,
e o perigo aumenta ainda mais...
O primeiro carro dá uma guinada e passa;
vem logo um segundo e desvia.
O gatinho indefeso indefine-se,
não sabe se arrepia ou mia...
Um outro carro passa tirando um fininho...
Horroriza a moça do quarto carro
que adora gatinhos!
O carro pára bruscamente e ela desce.
A rua, as casas e os outros carros
não entendem seu gesto,
mas acham bonito...
Ela salva o gatinho!
Pratica a primeira boa ação do dia!
Ela sente em seu colo
um coração felino
que quase sai pela boca de arritmia...
E a buzina no trânsito naquela fração de segundo
é pura impaciência...
Mas o que se devia era prestar reverência
Ao raro amor a vida que a moça espalha pela manhã
com grandiloqüência!
Cada dia a impaciência, intolerância cresce, em vários momentos.
ResponderExcluirabraços
Ai que lindo! Ainda mais que é um gatinho, que adoro e ganhei um... Ainda mais que é solidariedade, gesto de amor, que ultimamente, não vejo nenhum...
ResponderExcluirAbração!
o cotidiano não escapa aos olhos do poeta. é no cenário rotineiro que se encontram e também se perdem as rimas...
ResponderExcluircarinhos pro teu olhar (que nunca o percas...) e beijo no teu coração (que tanto sente)
Caro Daniel...
ResponderExcluirEu teria feito a mesma coisa... nao so porque adoro gatinhos, mas porque adoro a Vida, seja racional, ou nao! :o)
Beijos, flores e muitos sorrisos!
Fico aqui torcendo por um final feliz, para que o gatinho tenha consguido um lar...
ResponderExcluirBeijo!
Olá daniel, não é que vi uma cena parecida com essa, mas infelizmente com final infeliz...
ResponderExcluirEra um casal de vira-latas no meio do asfalto, fazendo aquilo que um homem e uma mulher fazem nas horas de pura intimidade, geralmente dentro de quatro paredes, não necessariamente diga-se de passagem...
Foi duro ver um deles ser atropelado...
O outro no acostamento ameaçava inavdir a pista, parecia que queria mesmo acudir o outro, foi uma cena inesquecível. Fiquei olhando pelo retrovisor o jeito dele agoniado, sem saber o que fazer...deu vontade de escrever e agora te lendo novamentye, bateu a mesma vontade...quem sabe...
Um abraço Daniel, ainda bem que existem pessoas que pensam desta maneira, nem sou muito fã de gatos, mas acho o gesto super bacana...
Um abraço na alma...
Senti o pânico da gatinha e torci por esse final feliz. O que consola é que volta e meia a vida imita a arte. Bjs
ResponderExcluirComovente. Os automobilistas são muito intolerantes. É bom quando alguém está atento.
ResponderExcluirBeijos.
E a vida é tão rara, tão rara. É preciso cuidar...
ResponderExcluirum beijo, Daniel.
É esta mesma pressa que petrifica e transforma vida e asfalto em uma coisa só.
ResponderExcluirBeijos, amigo.
Eu já fiz isso uma vez quando estava no carro com meu pai. Mas quando fui pegar o gatinho, ele me arranhou feio, correu para outro lado e sumiu. Tomara que tenha tido um final feliz.
ResponderExcluirUm abraço e feliz Natal
Diferente o jeito de você escrever. Vou te acompanhar, que tal seguir.
ResponderExcluirBeijos em versos!!!