sexta-feira, 22 de outubro de 2010

BOCEJOS, TREJEITOS E NECESSIDADES

o olho do relógio
é a vida que passatempo
num calendário cego

não há lugar para interrogações
só ausência total de explicações

é tudo um grande bocejo
boca que se abre e fecha
um milhão de vezes

trejeito
as mandíbulas firmes
mascando enfadonhas
chicletes insípidos

o tempo
escoa como agua fria
e o viço que antes sobrava
agora é uma espécie 
de sombra impiedosa

passam segundos, minutos, horas

acordamos suados
com olheiras nos sonhos 
e a esquina nos puxando
para o meio da rua

"independendo" se faz sol ou lua

as possibilidades então
são paisagens diferentes

e as impossibilidades
matam e enterram nossas necessidades
grandemente improváveis!

18 comentários:

  1. Maravilha, meu querido!
    O tempo...
    Ah, quem há de compreendê-lo, este fantasma que vive de tocaia em todas as encruzilhadas?
    Ai...
    Abraço forte, amigo!

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  2. Olá Daniel!
    Nossas necessidades muitas vezes ficam perdidas nesse tempo sem "tempo" que vivemos. Vamos muitas vezes passando por cima de desejos e vontades para dar lugar a outras prioridades. Quando vemos... Lá se foi o nosso momento!

    Obrigada por sua presença e palavras no meu blog... meu coração bateu feliz!!!

    Um abraço carinhoso

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  3. Querido amigo no atual mundo em que vivemos, estamos sempre nos voltando as prioridades e os sonhos e desejos vão ficando para trás. Tenha um lindo final de semana. Beijocas

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  4. Verdade Daniel...
    A vida é tão corrida que esquecemos de viver...Melhor é pensar que temos recordações boas que nos fazem parar por momentos...mas depois: A realidade corrida!..

    Beijo

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  5. existem necessidades que, apesar de improváveis são indispensáveis - e a impossibilidade que as enterra joga a pá de terra sobre o coração de quem as necessitava... LINDO!!! Beijos, Deia
    PS: Tem email - responda rápido! rsrs

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  6. Essa ausência de explicações...
    Olheiras nos sonhos...
    Necessidade imperiosa de paisagens diferentes. E suas palavras se tornam lindas imagens...
    Abços!

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  7. Inspiradíssimo poema, Daniel!
    Inspirou-me a comentar assim:

    "As explicações, não as quero
    Nem, tampouco, longas respostas
    Quero o tempo de fazer perguntas

    [E o olho do relógio
    Eu o quero cego

    Vivo muito mais
    No tempo que minha alma dita
    Ainda que o mundo de fora
    A ele não se adapte"

    beijo

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  8. Passei por aqui e é beleza poética o que li! Por isso vou ficar mais um pouco, com a certeza de que este caminhodos plátanos me perdi, com muito gosto!

    beijinho

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  9. Vim dizer que adorei o seu verso postado no blog da Déia.

    É sempre bom ver que as boas sementes encontram lugar para germinar nas terras férteis do nosso coração.

    Um abraço carinhoso

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  10. Palavras tecidas e desenhadas pela pena de um
    coração poeta... Lindo poema, Daniel! Bjs.

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  11. ...há que se saber fazer
    do tempo, portas para todas
    as possibilidades, e assim
    saciarmos todas as necessidades!

    um beijo, querido!

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  12. ...há que se saber fazer
    do tempo, portas para todas
    as possibilidades, e assim
    saciarmos todas as necessidades!

    um beijo, querido!

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  13. Por dentro do tempo todos os relógios nos confundem...
    Um beijo, Daniel.

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  14. Sensacional... o retrato "falado" do meu stress cotidiano.
    "...e as impossibilidades
    matam e enterram nossas necessidades
    grandemente improváveis!"
    É como estar amarrado por um dos pés enquanto o resto do corpo se esforça pra alcançar algo.
    Um esforço desgastante e inútil mas, tentar é um impulso irreprimível.
    rsrsr..teu poema me fez divagar...
    Beijokas.

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  15. Oi Daniel,

    Terminei de ler o teu blog. Li tudo, todos os poemas. Por várias noites consecutivas seus versos me fizeram companhia.

    De inicio comecei a anotar o título de alguns, aqueles que mais me tocaram, para citá-los aqui no comentário. Porém, desisti. Foram tantos que a lista foi ficando enorme rsrs.

    Gosto da maneira como coloca as palavras em sentidos ambíguos.

    Mas quero comentar em especial o poema-depoimento que vc fez para o seu pai. Emocionei-me muito ao lê-lo. Creio que foi maneira sincera como relatou.

    E como não poderia deixar de ser, gostei desse verso:

    "tenho tantos rabiscos...
    mas tantos...
    que se fosse aproximá-los...
    daria um estranho quadro
    de metro quadrado
    de arte pré-durante-pós-moderna!"

    Lindo! Lindo! Tudo!

    Um gde abço.

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  16. adoro brincar com as palavras.
    é meu passatempo, onde passo
    o tempo inteiro no vento.
    caçoam de mim, mas não importa,
    eu mesma rio bocado de mim.
    que dirá de nós. poetas doidos?
    bjuss

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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!