sexta-feira, 18 de março de 2011

DESARMADURA E EXCENTRICIDADE

receio
que minhas colunas
estão todas
... avariadas

que tenho uma multidão
de vigas tortas
... me segurando

receio
que acima
de frágeis alicerces
tenho paredes e mais paredes
de papel ora em branco,
ora rabiscado!

é muito giz de cera
guache barato
onde devia ser acrílico
... muitas naturezas mortas
onde devia haver vida!

é muita agitação
e perplexidade
... palheta de cores esmaecidas
e excentricidade!

tempos de "desarmadura"
num lugar indefinido
... desabitado!

uma frase que nasce desconexa
entre os medos paralisantes
e as ousadias inquietantes!

e reajo diante de seus versos
como se estivesse mudo!

[ Poema dedicado a uma excepcional poetisa: Andrea de Godoy Neto, do blog
Olhar em versos e inversos . Andando por lá eu sempre "reajo diante de seus versos como se estivesse mudo. ]

16 comentários:

  1. Um belo poema. A homenageada deve ter ficado muito feliz.
    Abração

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  2. Daniel, que coisa linda!
    Sinto-me mesmo lisonjeada por te saber tocado assim pelas palavras que me habitam e me fogem, quase sempre desconexas, desordenadas. Obrigada.
    Sempre te digo da importância do teu olhar tão sensível de poeta, ele sempre me mostra um ângulo inesperado sobre a poesia.

    Foi bom hoje abrir meus emails e ver teus comentários, pois desde ontem pensei muito em te escrever...coincidência, sincronicidade...sei lá. O fato é que adorei essa surpresa.

    (andei um pouco sumida por motivos de força maior...rsrs, mas estou voltando)

    um beijo, meu querido! do tamanho da sua alma

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  3. A inquietação de quem escreve, e a admiração pelo outro: "reajo diante de seus versos como se estivesse mudo." Mudo de encantamento. É quando nos encontramos com o outro, quando as palavras penetram em nós como se fossem seres concretos e queridos, cheios de ternura. Quando os versos saem de sua forma habitual e voam até onde estamos. É uma relação profunda e linda que se transforma em felicidade. Feliz Andrea, feliz de você. Beijo aos dois.

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  4. Lindo, Daniel! Vou lá conhecer o blog da Andrea. Bjs meu querido.

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  5. E eu realmente fico muda,diante da forma que você escreve.

    Fui conhecer o blog dela, gostei muito.

    abraço.

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  6. poema humano, demasiadamente humano, poeta, tecido e entretecido por vulnerabilidades comuns, na solidão de indivíduo na qual e através da qual não somos senão precariedades,colonas soltas.
    belo poema...
    saudações,
    de la mancha

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  7. Eu só ouso sentir sua poesia...



    meu carinho!


    Zil

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  8. tenho certeza que minhas palavras
    ficaram todas avariadas

    é que alguns versos
    desbotam minhas reações
    e emudecem o desejo de me fazer ousadia

    desculpe a pretensão de tentar alguma poesia. não resisti. não depois de colher a garrafa e, seguindo o mapa, encontrar a mina.
    beijo!

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  9. Oi, Daniel
    Vim aqui para agradecer o seu carinho nos meus cantinhos e acabei por "sentir" a sua poesia. Lindo o seu espaço. Já estou te seguindo e voltarei mais vezes para saborear essas palavras belamente (ou não!) coordenadas.
    Beijos com muito carinho :)

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  10. Olá Daniel...a reciproca é verdadeira, a admiração pela poesia também.
    Seus escritos sempre fazem refletir...
    Muitas vezes nossas estruturas são abaladas, posso dizer e afirmar, muitas vezes por tsunamis emocionais como uma perda familiar ou um amigo...ou simplesmente alguma situação do cotidiano que nos tira o chão
    Nos habita sem nossa permissão sentimentos que as vezes não gostariamos de ter, hoje mesmo brinqui no blog d uma amiga sobre a necessidade de jejuarmos dos sentimentos: raiva, ódio, ressentimento, tristeza e outros qu não nos fazem bem...esses que deixam as colunas da alma avariadas...muito melhor cultivarmos o perdão...a comprensão...mas....humanos, nos perdemos na nossa humanidade
    Um abraço na alma...sempre bom compartilhar poemas, palvras e reflexões...
    Valu amigoooooo

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  11. Uma bela homenagem...

    Obrigado pela sua companhia.

    beijooo.

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  12. Oi Daniel!

    Voltando a visitar os amigos, conforme meu tempo permite.

    Coloquei em dia a leitura de seus poemas, lindos e tocantes, como sempre... É muito bom estar aqui novamente.

    Gostei desse em especial, onde vc fala de tintas, giz de cera, que é a minha praia.

    Destaco esse verso:

    “é muito giz de cera
    guache barato
    onde devia ser acrílico”

    Fiquei aqui pensando que podemos fazer uma boa pintura com guache barato, tudo depende da sabedoria e da sensibilidade do artista.

    Penso que na vida é a mesma coisa: não precisamos de “materiais caros” para sermos felizes.

    Um grande abraço e uma semana colorida pra vc! rsrs

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  13. São muitas cores que colorem um reinado branco chamado inspiração.

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  14. Oi Daniel... Estou recrutando os amigos para participarem de uma Campanha muito importante.
    Conto com a sua ajuda e de todos da Blogosfera para tocarmos o coração de mais pessoas sobre a Doação de medula óssea.

    Um abraço carinhoso

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  15. Caro poeta,

    Este seu blog é gracioso!
    Seguindo!

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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!