sexta-feira, 3 de outubro de 2014
UM SOL SEM ROSTO
UM SOL SEM ROSTO
Setembro
e nem parece que é primavera.
No copo frio de vidro
o último gole do vinho
que eu era...
Resta migalha de mim
num teatro mágico;
um leve sopro de brisa
no bolso vazio da
camisa!
Por todo céu
camadas de nuvens
escurecendo
e “enfeiando” o dia...
Ausência de vento
falta de sopro
clareando
e enfeitando o dia...
Há som de flauta
e estrondo de trovão...
há alarido por tudo
mas também muita
introspecção...
Há tempestade
que enverga a árvore
e chuva que chove
e chuva que escorre;
silêncio de palavra
e eu meio tonto
bêbado sem tomar
porre...
Há temporal que dura
firme em mim
e uma lágrima
e um inicio certo de
fim...
Estou perplexo
desconexo
molhado
encharcado;
e devo estar estranho
se me olhar no espelho
e não me ver do lado...
Por que estou e não
estou
Sou eu e não sou...
Sou folha ressecada
e flor despetalada...
Uma folha em branco
em que não escrevo
nada...
E uma viagem que inicio
mesmo sem ter estrada...
E o sol
está onde não devia
estar
e nem assim eu vejo;
que quero gargalhar
e o máximo que tenho
é um gracejo...
E continua chuva
e há trovões de
melancolia
que cabem em mim como
luva...
Chove lá fora
e eu aqui dentro
só quero dormir!
Chove aqui dentro
e eu aqui mais dentro
e é tarde demais para
fugir!
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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!