terça-feira, 6 de outubro de 2009
DOR
Depois da explosão produzida pelo frio adeus,
os sentimentos estão vivos
mas respiram por aparelhos...
O que foi dito magoou e esmaga tanto
que ninguém pode saber,
se o que está esparramado para todo o lado,
são os sentimentos partidos
ou as vigas retorcidas dos sonhos em ruínas.
Há uma aflitiva procura por respostas.
Mas todas as linhas estão cruzadas.
Há uma última busca por compreensão.
Mas todas as conexões estão tão absurdamente lentas;
como se não houvesse mais lugares
nos ônibus que levam as perguntas até o destino...
Como se as vias rápidas por onde eles seguem
tivessem se tornado estradas de terra impraticáveis...
Como se meus sorrisos que eram como águas termas
tivessem agora a consistência dura de gelados icebergs.
Como se no lugar onde as perplexidades me invadem
só existissem músicas tristes de lágrimas,
para o acompanhamento macio dos lenços de pano
com uma misteriosa letra inicial que eu reconheço...
Tristeza é assim!
Pode acabar na dúzia de lenços de pano...
Ou se a instabilidade durar mais que o esperado
pode precisar de caixas e mais caixas de kleenex...
Ainda assim a pergunta que martela
pode acordar no meio da madrugada
e exigir uma resposta:
- Como sair de um jeito definitivo
se não se sabe ainda
se o próximo segundo
trará um grito de desespero
ou um silêncio angustiante?
Sair de quem se adora é assim.
Tão atordoante e inesperado
quanto ouvir explodir uma bomba e ficar sentado...
É estranho precisar arrancar árvores sem deixar raízes;
sair pela porta sem levar uma cópia das chaves...
É como passar uma noite linda batendo palmas
e acordar de manhã algemado...
E como amanhecer com um frio nas idéias,
e uma ausência nervosa de perspectiva
que pode durar meses, anos ou para sempre!
Ou que amanhã pode amanhecer com sensação de alívio!
os sentimentos estão vivos
mas respiram por aparelhos...
O que foi dito magoou e esmaga tanto
que ninguém pode saber,
se o que está esparramado para todo o lado,
são os sentimentos partidos
ou as vigas retorcidas dos sonhos em ruínas.
Há uma aflitiva procura por respostas.
Mas todas as linhas estão cruzadas.
Há uma última busca por compreensão.
Mas todas as conexões estão tão absurdamente lentas;
como se não houvesse mais lugares
nos ônibus que levam as perguntas até o destino...
Como se as vias rápidas por onde eles seguem
tivessem se tornado estradas de terra impraticáveis...
Como se meus sorrisos que eram como águas termas
tivessem agora a consistência dura de gelados icebergs.
Como se no lugar onde as perplexidades me invadem
só existissem músicas tristes de lágrimas,
para o acompanhamento macio dos lenços de pano
com uma misteriosa letra inicial que eu reconheço...
Tristeza é assim!
Pode acabar na dúzia de lenços de pano...
Ou se a instabilidade durar mais que o esperado
pode precisar de caixas e mais caixas de kleenex...
Ainda assim a pergunta que martela
pode acordar no meio da madrugada
e exigir uma resposta:
- Como sair de um jeito definitivo
se não se sabe ainda
se o próximo segundo
trará um grito de desespero
ou um silêncio angustiante?
Sair de quem se adora é assim.
Tão atordoante e inesperado
quanto ouvir explodir uma bomba e ficar sentado...
É estranho precisar arrancar árvores sem deixar raízes;
sair pela porta sem levar uma cópia das chaves...
É como passar uma noite linda batendo palmas
e acordar de manhã algemado...
E como amanhecer com um frio nas idéias,
e uma ausência nervosa de perspectiva
que pode durar meses, anos ou para sempre!
Ou que amanhã pode amanhecer com sensação de alívio!
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...mas este post esta dolorido
ResponderExcluirdemais da conta!!!
ainda bem que amanhã o sol
nascerá novamente para secar
as lágrimas e estancar esta
dor de amor...
beijos, lindo!
Como te falei, passa a primeira sensação passa. É como se hoje, nesse texto, eu pudesse ver um filme com dor, agonia e morte. Do frio ao frio. Mas você conseguiu demonstrar no tempo, o caminho e o percurso até o alívio, o passar, a passagem do que antes era vivo, depois, na explosão, a dor e morte. Não sei se numa continuação haveriam lembranças de imagens deste filme.
ResponderExcluirResquícios, sequelas.
Me fez pensar que depois de explosões pode haver um efeito chamado estresse pós traumático. Um simples estampido apavora e a tendência será sempre evitar ou desconfiar até de um fósforo queimando no ar.
Abraços, amigo e obrigada pela primazia da leitura.
"Sair de quem se adora é assim.
ResponderExcluirTão atordoante e inesperado
quanto ouvir explodir uma bomba e ficar sentado..."
Descrevestes muito bem essa sensação, essa dor do fim, do nunca mais. Vou esperar pelo momento que mencionas no teu último parágrafo. Ou seja acordar e ver que a opressão no peito passou e passar a respirar livre.
Beijos
Como decifrar um labirinto cuja solução é apenas outro bêco sem saída, como sair de um círculo viciado sobre sua própria circunferência, como firmar passos em beira de mar julgando reconhecer-lhe o rasto para o regresso... pergunta de retórica - existe apenas para ser proferida... e não para ser respondida.
ResponderExcluir" abro a porta e saio à rua. e a rua deixou de existir. não é o bastante, pra que eu deixe de caminhar..."
ResponderExcluirAbraço
OLá Daniel...gostei por demais destas comparações...
ResponderExcluirÉ estranho precisar arrancar árvores sem deixar raízes;
sair pela porta sem levar uma cópia das chaves...
É como passar uma noite linda batendo palmas
e acordar de manhã algemado...
Quanto ao que já conversamos fico feliz pelo inicio, acho que é um bom sinal, lembranças sempre vem a tona, basta puxar por elas...
Quero ser o primeiro a ler...rsrs
Um abraço na alma...bom fim de semana
Como diz Drummond:
ResponderExcluir"A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...."
Recorrer à poesia é uma forma de fazer a catarse. E dou vivas a poesia, porque é ela que me salva dos males da alma!
Daniel, já reli hoje e outros dias, e cada frase entra tão forte, fala comigo, em alguns trechos fala por mim.
ResponderExcluirSaudade, esquecer, o lembrar sempre, a dor, a tristeza....mas sempre a esperança de dias e momentos melhores.
abraços
A dor e a ausência descritos em linda poesia. Mas... "Ou que amanhã pode amanhecer com sensação de alívio!" Outros momentos virão e a mágoa será menos doída.
ResponderExcluirDaniel, deixo-te um abraço e um carinho. Ah... estou com saudades!
Beijo
Letras sentidas Poeta.
ResponderExcluirA dor sempre em tuas letras
A ausencia sempre deixando marcas
Sempre uma partida quando a vontade é ficar, e criar raizes, ou sair e levar a chave...
Beijos do meu Horizonte!
Desejo-te uma boa semana!
Daniel, adorei seus comentários, sua veia poética se manifesta de uma forma espetacular.
ResponderExcluirA dor..tem dores que demoram a sarar, e quando pensamos está morrendo, ainda está suspirando, e latejando. Mas um dia passa. Passa sim.
abraços
Daniel...
ResponderExcluirLi uma frase em teu blog e vou colocá-la aqui...Pois ela diz tudo!
"Poesia não é para ser "lida", mas para ser "sentida""...
Daniel Hiver
Beijo
Quando vivenciamos algo com intensidade e doação, um final é sempre dolorido.
ResponderExcluirE realmente ficamos buscando respostas para o que poderia ter sido e não foi.
O Sr. Tempo se encarrega de guiar nossos passos rumo ao nosso destino.
E esteja certo de que nossos encontros e quem sabe reencontros vão surgir no caminho.
Estarei aqui sempre a desejar-te o melhor!