segunda-feira, 5 de abril de 2010

PENSAMENTOS DESORDENADOS DE UMA TARDE DE QUASE INVERNO

você se foi
e, agora, não sei
para quem vou pedir
que me aqueça

sua ausência é paralisante
é tão sufocante
e, ao mesmo tempo,
tão congelante;
que é como passar o inverno todo
sem o calor da lareira

pior do que se preparar para recitar Neruda
e na hora só falar besteira

ficar sozinho
e me dar conta 
que te perdi para sempre 
é como inverno sem chocolate quente
é como cidade vazia de gente

nada agora parece ter a menor graça
tudo agora se parece com nada
e só resta namorar o vento
para gostar cada vez mais de frio
e reabilitar os casacos pretos pesados

16 comentários:

  1. Aii.. não sei mais o que é passar o inverno sem o cobertor de orelha... rs

    Beijos

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  2. ......eternidade..........

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  3. Daniel, é um poema triste, da saudade de quem se foi, do está só.

    Mas quando li essa frase, achei linda - "e só resta namorar o vento"

    E fiquei parada lembrando aquelas folhinhas que ficam rodopiando ao sabor do vento...tão faceiras, tão ligeiras, tão contentes...estariam elas apaixonadas pelo vento? Você me fez crer que sim.

    Agora toda vez que olhar as folhas assim, tontas pelo vento, tão abobalhadas rodopiando contentes, lembrarei dessa sua frase.

    um abraço!

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  4. Ô, amigo!

    Só posso te dizer uma coisa: ..."enquanto a esperança pulsar"...

    haverá sempre um coração querendo te aquecer, viu?

    Um grande abraço!

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  5. "Namorar o vento..." Que imagem. Vc me fêz chorar hoje.
    Obrigada pela visita. E pela linda poesia.
    Eu também já perdi. Pra sempre.

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  6. Daniel..sou um admirador de textos, mas um doido varrido por titulos diferentes...rsrs
    Esse seu dispensa a leitura do texto...brincaderinha, ele atiça, ele induz, ele insite pra que a gente te leia...
    Definitivamnete um titulo Hiveriano...rs
    Ficar sozinho é como aquela gota que aos poucos vai se evaporando...a gente se pensa tanto que acaba se consumindo...rs
    Mas namorar o vento pede mesmo é um cobertor de orelha, desses bem aconchegantes...rs
    Um abraço na alma...bjo no coração amigo...

    Compartilhando este belo texto...

    A vida me ensinaria, também, que não basta entender o olhar do outro. É fundamental ajudar o outro a decifrar, corretamente, o seu próprio olhar, com todos os enigmas, com toda sorte de exclamações, de interjeições, de interrogações e reticências que perpassam a vida de um ser humano.

    Armando Nogueira

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  7. belo outonal poema, daniel,pleno de primaveras.
    meuabraço,
    luisdelamancha

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  8. Daniel!

    O poema - uma melancolia evidente, uma dor presente. O frio do inverno... e a ausência. Lindo demais!

    Beijo

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  9. Invernos passados se vão, mas invernos novos renascem! É o ciclo da vida, da esperança!

    Beijos

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  10. E essa sensação de falta, de vazio é que nos consome. Tanto se sente e pouco se concretiza do que de fato se quer.
    Lindo texto!
    Sensível e delicado.
    Como o outono...

    Beijos!

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  11. Reabilitar as panelas e chaleiras, amigo.
    Aprenda a fazer comidinhas, bebidinhas quentes.
    E estou imaginando que é capaz de se imaginar um gentleman dentro dos casacos pretos pesados portanto, faça pose!

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  12. Os meus estão tanto que quase não consigo escrever o quanto achei bonito o q escreveu. Tem vezes que nada basta. Nem a palavra, nem o silêncio. Acho que só a proximidade...

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  13. HUmm...Como dói essas "tardes de quase inverno". Pior que
    um inverno rigoroso do lado de fora da porta, é aquele que se instala no coração. :(
    Lindo Poema..

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  14. Olá, amigo...

    Noites de inverno sem ter a pessoa que amamos é dolorido e solitário demais...eu sei como é ruim.

    Belo poema!

    Te desejo uma ótima semana.

    Um grande abraço.

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  15. Sei exatamente como é sentir-se assim...
    No coração um outono...na alma um inverno!
    Que venham novas estações!

    Um abraço carinhoso

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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!