quinta-feira, 7 de julho de 2011

A POESIA DO AUTOR SOB UM OLHAR LEITOR

Que tal eu ficar quieto hoje?
Nenhuma palavra!
Nenhuma sílaba!
Nem um fonema sequer!

Que tal eu ficar irrequieto?
Por um bom tempo
ficar sem escrever;
sem nem sequer rabiscar!

Por que a poesia
quando anda por dentro
não cansa;
mas quando esparramada
sobre o papel
pode ser enfadonha...

Escondida num caderno
ou publicada num livro
destrói conjecturas;
assina libelos...

Por que o que se escreve agora
algum aloprado
pode tentar "interpretar"
daqui a cem anos...

E sob o olhar crítico,
a verdade simples e despretensiosa
torna-se ambígua...

Por que a poesia,
não é para ser,
mas pode ficar "complexa"
sob o olhar de quem lê...
Embora não tenha nada de intrincada
no coração de quem escreve!

Por que a poesia
inventa palavras,
mas não sentimentos...

Come os "esses",
derruba a concordância,
desacorda até o acordo
... ortográfico!

Tem seu próprio peso,
altura, profundidade e dor...

E, assim, as obviedades
passam a ocupar
terrenos de profundas densidades
sob um olhar leitor! 

[ http://twitter.com/hiverdaniel ]
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3 comentários:

  1. Dan... Eu sempre acreditei que a poesia, poema, Soneto, verso ou pensamento deve ter a essência do autor.Com métrica ou não... Com rimas perfeitas ou não... O que importa é que dê vazão a sua emoção e quem sabe até toque algum coração que esteja sintonizada de maneira igual.
    Calar, fechar-se ás vezes é preciso... Mas quanto mais nos é preciso e nem sempre temos a coragem de buscar por falta de ousar!
    Ai..ai... andei filosofando... Ou dando vazão ao coração?!
    Beijos e obrigada por tão boas partilhas que tanto me inspiram!

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  2. (o que se esparrama no papel, não é o que extravasa de dentro, daniel? ;)

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  3. que bom, termos
    estes tantos e novos
    olhares a nos ver
    pelo avesso.

    bjs

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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!