sexta-feira, 8 de maio de 2009

LIVROS, TELEVISÃO E EU NO MEU CANTO

Aqui estou.

Sem grife.

Apenas simples

e inteiramente comum.

 

Como estou eu combino

com a última poltrona

do último vagão.

E gosto de não ser notado.

 

Sou o que sou

e tenho um punhado de estilos diferentes.

Sinto uma irreprimível vontade

de não carregar rótulos

e de ser eu mesmo...

 

Os meus olhos aceitam James Joyce

Jane Austen, Dan Brown...

 

E não me preocupo nenhum pouco

se alguém me ver por aí

lendo algum livro da série Harlequim...

 

É que eu sou assim

e não paro muito para pensar.

Se a diversidade existe

eu quero saber experimentar!

 

Por que fui ficando assim

de tantas sextas de Globo Repórter

que falam de dietas, chás milagrosos, e bichinhos...

 

Eu trocando os canais para me safar

e encontrando programas tão desinteressantes quanto.

 

Passando por todos os canais

um sem número de vezes...

E terminando sempre em frente

de um filme que já está lá pela metade.

 

Os noticiários se repetindo.

As profundezas dos oceanos

cheias de formas estranhas de vida...

E eu chegando à conclusão fácil

que as montanhas do Himalaia

não são tão bonitas quanto as de Teresópolis.

Não por que não sejam de fato.

Mas mais por que eu só conheço as de Teresópolis.

 

E assim, quanto mais eu vejo TV,

mais eu sei que a vida em condições extremas

de quem mora no ártico

não é mais difícil que a dos catadores de papel.

 

É que eu moro aqui dentro de mim

e meus oceanos são outros.

- Muito mais profundos e salgados...

 

Por que toda lágrima

fica mais salgada

quando escorre até chegar nos lábios.

 

E faz muito tempo

que a minha vida já passou da metade.

E a diferença

é que agora eu sinto!

 

E as notícias da minha vida

são as que merecem a minha total atenção!

7 comentários:

  1. Olá, Daniel.
    Não imagino como encontraste o 'inspirar-poesia' mas digo-te , gostei muito porque foi bom, poder ler e saber qual é o teu canto ou, de outro modo, em que canto, tu te guardas.

    Falar das folhas que o outono deita nos caminhos...falar das folhas em branco que os poetas, em todas as estações e em todos os lugares do planeta, deitam letras, palavras, poemas e seus amores.
    Folhas de outono e folhas em branco, são cheias de histórias e cheias de vidas mesmo as que se dizem mais vazias.

    Também não suporto as notícias de TV.

    Obrigada por sua visita e comentário.
    Espero que voltes.

    Abraços,
    Mai

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  2. Olá Daniel!
    Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Volta sempre!
    Também gostei muito do teu blog, gostava eu de ter inspiração para escrever como tu...
    Um beijo grande.

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  3. Olá Daniel...gostei do que vi e do que li, belo espaço...
    Logo de cara a imagem da folha me lembrou um poema meu chamado "Eu, folha, inclusive usei esta imagem se não me engano, depois o seu poema em uma frase que me faz muito sentido
    "Aqui estou. Sem grife. Apenas simples e inteiramente comum"
    Gosto de simplicidade...parabéns...um abraço na alma

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  4. Seu blog é tocante, fiquei muito tempo lendo cada linha e fiquei encantada.
    Obrigada pela sua visita, espero vir aqui mais vezes também.
    Um abraço,
    Mina

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  5. Belos versos do quotidiano
    Passamos por tantos canais
    Vizualizamos recantos distantes
    Mas o que importa mesmo é o que
    Temos e conhecemos de perto ou o que podemos tocar.

    Sonhos ficam nas poesias que encantam.


    Um beijo Lilás!

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Adorei a sua companhia no caminho dos plátanos. Volte quando quiser!