a película fina
que separa o silêncio do grito
é de vidro
há um espelho embaçado
no vapor do banheiro
que mostra e esconde
a imensidão do nada
entre o que eu digo
e o que me cala
passa um rio de riso
outro de espanto
e o que eu tenho pra dizer
não sei se escrevo ou canto
se o que sinto é só meu
e combina com poesia
ou se é para sair alardeando
quase uma gritaria
por que esse rio de riso
chega sem fazer alarido
e o outro cheio de espanto
consegue dizer ou calar
o que eu não consigo
Gosto muito da imagem do rio de riso e outro de espanto. Esse rio de espanto me intriga, como se fosse depositário de todos os segredos, hora fala,hora cala.
ResponderExcluiro espelho embaçado e a imensidão do nada chamaram a minha atenção...
beijo
Entre rios e silêncios, vamos descendo essa corredeira de sentimentos com você! Um beijo, lindo poema! Deia.
ResponderExcluirO que vc sente é só seu mas, tansformado em poesia, é nosso.
ResponderExcluirOlá...
ResponderExcluirSei que já tem uma nova postagem,mas preferi comentar este poema ...que me vem como guia na resposta a lhe dar...sobre o que tenho feito da vida...
"entre o que eu digo
e o que me cala
passa um rio de riso
outro de espanto"
Acho que mais a vida tem me feito...(re)feito desérticas e interiores paisagens, brotando em mim olhares,sensações que uma hora dessas me façam assoprar a poeira que deixei em meu blog. Afinal,deve ter reparado que nunca mais escrevi...
Mas quem sabe,dia desses,em um desses de espanto,e riso, e surpresa de contemplação,eu possa arranjar umas estrelas assim,em palavras...que completem o deserto em mim.
Obrigada pelo comentário. E pelo contato.
Já não se fazem mais visitantes como antigamente...rsrs.
Parabéns por suas palavras, gosto muito.
Oi, Daniel.
ResponderExcluirGostei muito do poema, senti o poema, vibro na mesma nota. Tem muito a ver com coisas que tenho escrito ulimamente, você deve ter notado.
Aliás, obrigado pela visita ao meu blog. Volte sempre, siga, vai? Dá um ibopezinho? (rs...)
Aqui sigo lendo e já sou seguidor.
Grande abraço,
Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com
Assusta a tradução do que sentimos sendo feita por alguém que não conhecemos. O sentimento pode ser nosso, mas a poesia é só sua. E é linda, linda...
ResponderExcluirP.S.: quando eu ia enviar, li o comentário da Gerana, oposto ao meu! Muito interessante...