quarta-feira, 15 de abril de 2009

DESINTERESSE

Eu dobrei a esquina e havia pérolas esparramadas

de um colar que se partiu...

 

Então as portas de ferro do endereço de sempre

não deram as caras para o lindo dia de sol...

 

Uma beira de sombra

e um cheiro de quase nada...

 

Cabelos desarrumados,

pensamentos recorrentes

e os braços quase se desprendendo dos ombros...

 

Cinco minutos e uma sensação de muito mais tempo...

Uma forma de atentado

sem a identificação do culpado!

 

Sons de motores que ficaram do lado de fora...

E músicas de celulares se misturando...

 

Passei pelo elevador sem ver...

E não vi ninguém para rosnar bom dia

embora todos estivessem em suas cadeiras.

 

Depois que eu passei a porta de vidro

e fui ao computador que tinha dormido ligado...

Deixei que o cheiro de café

aplacasse a natural vontade de entender o que houve...

 

Papéis na bandeja da multifuncional

com termos de contratos com mil cláusulas

em que nem assim eu me entendo;

desse óbvio desinteresse

e uma vontade de fechar os olhos e dormir um dia inteiro;

e me misturar com a terra

ou sumir no mais sombrio dos becos.

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