segunda-feira, 20 de abril de 2009

NOVE HORAS

Há temores...

- Rumores que ganham as ruas

e até dobram a esquina.

 

A notícia não é das melhores!

Estampa a capa de um jornal sem nenhuma tiragem

em que sou ao mesmo tempo o editor chefe

e o leitor solitário.

 

Não fosse eu que estivesse aqui

e te diria que sou eu sim;

mas mais parecido com um daqueles caras frios

cheio de maneirismos e na defensiva...

 

Vou fulminando quem me encara

só com o olhar perdido,

a voz arrastada,

e um peso enorme nos ombros

impedindo o raciocínio...

 

Uns vinte minutos de sono

e meus pulmões não gritariam tontos por oxigênio!

Meus olhos não se desesperariam tanto sem te ver!

 

Ouço carícias que o vento sopra nos meus ouvidos...

Como se alguém me chamasse

com uma voz diferente da tua.

 

E diminuo o alarido

que os riscos que eu mesmo corro me provocam...

 

Não sei se estou no sal ou no escuro;

ou se chegou, enfim, a hora de descer do muro.

 

Uma manhã morna pelas correntezas

de um rio que corre pelas nove horas;

e eu desacompanhado por algum calçadão...

No auge do inverno... quase congelado;

mas com a cabeça quente...

 

Um clique

e uma foto desfocada

daquelas que vão dormir na lixeira...

E lá se foi a única coisa que eu tinha para te lembrar!

 

E sou capaz de te chorar

com uma completa ausência de água potável

em minhas lágrimas...

 

E uma absoluta falta de tempero

em minhas palavras...

 

Uma monotonia exposta

e uma vontade que não tem força

de sair de onde estou...

Mas vou ficando...

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